Presidente Fundação Ulysses Eliseu Padilha |
A Revista Ulysses tem procurado construir, de forma permanente, o debate de temas que digam respeito à cidadania brasileira. A posição em que nos encontramos e para onde nos dirigimos como nação, sob os pontos de vista político, social e econômico, são questões importantes a serem respondidas.
Com a absoluta globalização da informação e, principalmente, da economia, não há mais limites aos quais tenhamos de nos atar, nem mesmo ao territorial, que corporifica institucionalmente o Estado. Temos é que, de fato, estar preparados para competir em todos os quadrantes do mundo globalizado.
Não há mais espaço ou tempo para ações improvisadas, tópicas ou temporárias por parte dos atores deste novo cenário, tanto no que cumpre aos interesses e projetos privados, quanto no que compete às ações da gestão pública. É por isso que todas as iniciativas e projetos terão de ser, interna e externamente, competitivos.
Nesta edição da Revista Ulysses, sob a desafiadora interrogação “PARA ONDE CAMINHAMOS?”, procuramos provocar o contraditório e centrar o debate no atual cenário socioeconômico nacional, levando em conta os competidores da América do Sul, da América Latina, dos chamados BRICs e de todo o globo.
A globalização da economia, desde sua eclosão, tem resultado numa globalização de crises, especialmente as denominadas “Crises Econômicas”. Em tempos variados, diferentes incertezas e conflitos abalaram economias em todos os continentes, embora sejam neste momento, a crise da União Europeia e a dos Estados Unidos da América a ocupar os maiores espaços midiáticos globalizados. Inclusive agora, hoje, uma grande crise econômica atinge algum, ou até alguns estados nacionais.
Nenhum caos econômico é produzido da noite para o dia. Seus componentes são construídos em um dado período de tempo, e os sinais de sua presença são palpáveis ao observador mais atento. Contudo, sendo adotadas as necessárias medidas, o período de construção do caos pode ser interrompido. Este é um dos exercícios diários e permanentes realizados por aqueles que assumiram a responsabilidade de ditar os rumos socioeconômicos no campo privado e no setor público. Sempre que existir uma crise, na mesma proporção, juntamente com ela, haverá uma oportunidade.
Em tempos de Civilização do Conhecimento, como este em que estamos vivendo, nossa capacidade para aproveitar a oportunidade estará diretamente relacionada ao nível de conhecimento médio de nossa população, responsável direta pela qualidade e pela competitividade do que produzimos. Por isso, um Plano Nacional de Desenvolvimento, calcado, principalmente, em um Plano Nacional de Educação – de Produção do Conhecimento – e em um Plano Nacional de Infraestrutura, mais do que antes, passa a ser ferramenta indispensável para a inserção competitiva da produção nacional no cenário interno e externo.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) tem mostrado aos brasileiros que nossa indústria, por vários fatores, mas especialmente pela pouca qualificação de nossa mão de obra, não tem conseguido crescer.
A FIESP sustenta direta e objetivamente que, pelos mesmos motivos, estamos vivendo um processo de desindustrialização. As avaliações de nosso crescimento ante o cenário internacional – América do Sul, América Latina, BRICs, etc. – tem comprovado que não estamos conseguindo nos inserir entre os mais destacados países, nem entre os médios. O sinal de alerta está soando há vários anos e seu sonido é cada vez mais forte. No que diz respeito ao IDH e ao nível educacional – de formação – de nossa população estamos situados, invariavelmente, em inexpressível posição.
O nível médio de conhecimento do cidadão brasileiro é muito deficitário ante as exigências da produção industrial no mercado globalizado. Como consequência, a cada ano, nosso mercado para a produção industrial perde expressão e peso. Atualmente, nossa maior sustentação econômica está amparada na competitiva produção e na oferta de “commodities”. Estas, no entanto, têm espaço ou tempo de produção limitados. A cada dia, nossa dependência de mercados para a comercialização de nossas produções extrativista, agrícola e pecuária é maior e se sobrepõe à dependência da produção industrial.
Nação que almeje, de forma consequente e viável, situar-se entre as mais desenvolvidas do mundo, como de forma permanente temos buscado, não pode deixar de priorizar o planejamento e a adoção das medidas que o viabilizem. A Fundação Ulysses Guimarães entende que é missão sua na defesa da cidadania brasileira, perguntar e também solicitar a cada um e a todos os brasileiros que repitam a pergunta proposta pela Revista Ulysses – “Brasil! Para onde caminhamos?” –, participando da construção da resposta a esta grande questão. Nós e as gerações de brasileiros que nos sucederão dependemos e dependerão de como vamos corresponder à esta expectativa nacional.
Presidente
12ª edição da revista ULYSSES
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Devido à sua atualidade, a Revista Ulysses foi recentemente inserida no acervo da Biblioteca Nacional, sob o ISSN 2179-4723. Seu conteúdo valoriza a produção científica e acadêmica e foca em temas de alta indagação político-social.
A cada edição, um novo tema é colocado em pauta para que seus pontos e contrapontos sejam analisados por meio de artigos, entrevistas e informações técnicas. O leitor, ao sentir necessidade de se aprofundar em diferentes conteúdos, pode recorrer a outras edições da revista para complementar seu conhecimento.
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Revista Ulysses - Publicada trimestralmente, é distribuída de forma gratuita à militância peemedebista e à sociedade pela Fundação Ulysses Guimarães.
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